Comércio Internacional e Crescimento
O início de 2025 trouxe movimentos relevantes para o setor lácteo, com os EUA ajustando tarifas de importação – sem efeitos imediatos no Brasil – e a Argentina mostrando sinais de recuperação econômica, o que pode reaquecer o consumo regional.
No cenário doméstico, a discussão sobre isenções tarifárias para a cesta básica ganha força, com potenciais reflexos nos preços e na demanda por lácteos.
Enquanto grandes exportadores, como EUA, Nova Zelândia e Austrália enfrentaram quedas (-2,5% a -4,8%), pressionados por condições climáticas adversas e custos elevados, os vizinhos sul americanos tiveram crescimento:
- Argentina: + 8,3%
- Uruguai: + 1,9%
Esse cenário reforça a importância de monitorar a oferta global, especialmente em um mercado onde o consumo ainda reflete disparidades econômicas: países desenvolvidos ultrapassam 300 litros/habitante/ano, enquanto economias emergentes permanecem abaixo de 100 litros.
Preços Internacionais e Comportamento do Consumidor
O último leilão do GDT registrou uma alta de 5,9% no leite em pó desnatado, impulsionado pela recomposição de estoques e menor oferta global.
No Brasil, o cenário é misto. Apesar do IPCA dos lácteos ter subido 10% em março, pressionando o poder de compra, o consumo segue sustentado por:
- Políticas sociais (Bolsa Família, Auxílio-Gás)
- Alta no emprego formal (recorde de 39,6 milhões de trabalhadores com carteira)
Segundo a Abras, em Fevereiro houve crescimento nas vendas de:
- Leite (5%)
- Leite em pó (9%)
- Iogurte (10%)
Com expectativa de maior impulso durante a Páscoa.
Um Setor em Equilíbrio Delicado
O mercado lácteo brasileiro segue moderadamente positivo, com consumo resiliente graças à renda e políticas públicas. No entanto, fatores externos como volatilidade nos preços globais e custos de produção exigem gestão estratégica.
Fonte: Embrapa Gado de Leite, CLAL, Abras e dados macroeconômicos e noticiasagricolas.com.br