O mercado de leite no Brasil segue em movimento de valorização, com o preço pago ao produtor alcançando R$ 2,70 por litro em fevereiro de 2025, um aumento de 3,3% em relação a janeiro. Os dados do Cepea/Esalq-USP mostram que o cenário foi influenciado principalmente pela forte demanda das indústrias e pela recuperação gradual da cadeia produtiva.
O crescimento da demanda industrial, é um dos fatores que impulsionaram a alta dos preços. Com a retomada do consumo interno e a expansão das exportações de lácteos (que cresceram 27% em fevereiro), as indústrias aumentaram a disputa pelo leite cru, pressionando os preços para cima. Outro fator considerável, é o impacto climático temporário. A produção em fevereiro foi afetada por condições climáticas adversas em algumas regiões, como seca e calor excessivo, principalmente no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Isso resultou em uma queda de 4,6% na captação, destaques para Goiás (-9%), Região Sul (-6%) e São Paulo (-4%).
No entanto, a melhora no clima em março e os investimentos dos produtores devem contribuir para a recuperação da oferta nos próximos meses.
Embora houve aumento das vendas externas de lácteos (6,2 milhões de litros em equivalente leite) reforçando a competitividade do setor no mercado internacional, as importações complementam a produção nacional, também apresentaram crescimento (+3,76%), atingindo 216,2 milhões de litros em fevereiro. Esse movimento ajuda a equilibrar o abastecimento interno, garantindo que os derivados (como queijos, leite UHT e manteiga) cheguem ao consumidor com preços mais estáveis.
Se o clima ficar mais favorável, haverá maior rentabilidade dos produtores e a expectativa é que a produção de leite se recupere nos próximos meses, ajudando a equilibrar o mercado de leite. Estamos com uma demanda forte e precisamos de ajustes na produção devido a sazonalidade. O setor de lácteos se mantém como um mercado promissor, superando positivamente os obstáculos, os produtores e as industrias nacionais buscando as melhores tecnologias do mercado, reforçando sua importância para a economia brasileira.
Fonte: g1.globo.com